quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Os Melhores De 2011: Daniele - Balzaca Materna



Festividades escolares, quem curte?

Ilustração daqui


Tem gente que adora os eventos escolares: reuniões, entrega de portfólios, festa disso e festa daquilo. Tem gente que não curte, mas vai pensando no filho. Tem gente que não curte e simplesmente não vai a nenhuma delas.

A minha mãe sempre mandava meu pai, que ia lá e fazia bonito com sua kodak na mão, mas eu sentia falta dela. Queria muito que ela estivesse ali e visse o resultado do meu esforço, pelo menos uma vezinha. Queria que ela torcesse descabeladamente por mim quando eu estivesse em quadra. Enfim...pai e mãe fazem falta. 

Pois bem, esse post não é sobre mim.

Minha filha tem uma amiga que desde sempre me chama atenção. Aqueles casos inexplicáveis de empatia, sabe como é? Acho um barato o jeitão dela descolado, é super engraçada, simpática e super independente. Vai e volta da escola sozinha numa bicicleta, por morar perto. Sei muito, muito pouco da sua vida. Não pergunto, porque sei que, em sendo esperta como é, certamente se sentiria constrangida com perguntas inoportunas.

O que sei é que ela não mora com a mãe, é criada pela avó.

Em julho deste ano, no fechamento do primeiro semestre, a professora de música resolveu fazer uma apresentação pra mostrar aos pais como os alunos estavam envolvidos e como estavam evoluindo. Paulinho saiu mais cedo do trabalho e fomos lá prestigiar a Bia.

Havia muitos pais e notei que ela estava inquieta (mais que o de costume) procurando por entre aquelas cabeças orgulhosas um rosto que lhe fosse familiar. Vai que a avó ou o tio ou alguém pudessem ter comparecido, né?

Quando terminou a apresentação, fomos fazer aquele auê básico em cima da filha e dela também, até que ouvimos uma coisa que deixou meu coração doendo: "vcs sempre vem ver a Bia, né? - aqui tentou disfarçar a melancolia, e completou "acho isso tão legal!". Nos deu um sorriso e foi brincar.

Puxa, a mamãe patinha ficou tão triste, mas essa história vai ter um final feliz.

Essa semana, na reunião dos pais, os alunos resolveram encenar uma peça e depois veríamos um vídeo com todas as fotos de todo o semestre. Paulinho saiu mais cedo do trabalho e fomos. Dessa vez, a amiguinha da Bia estava radiante. Não só o pai tinha ido, como também a mãe.

Depois de terminada a apresentação, morrendo de fome, ataquei uns sanduichinhos muito fofos, quando sinto alguém me cutucar, era ela. "E aí? Gostou?" Balancei a cabeça de boca cheia. "Foi minha mãe que fez!!! O orgulho dela dava gosto de ver!!!

Saímos de lá felizes pela felicidade de todos eles.
E é o que eu digo: infância só tem uma e é tão importante pra eles se sentirem acolhidos e encorajados!
Presença é apoio.
E pai e mãe fazem falta.
Podem crer.



(Publicado originalmente no Balzaca Materna em 7 de dezembro de 2011)

Um comentário:

Dani Brito disse...

Feliz por estar aqui mais uma vez.
Obrigada