domingo, 13 de maio de 2012

Especial Dia das Mães - Ser Mãe

é sair de fininho pra comer escondido do filho e ainda voltar de boca cheia tentando disfarçar

é não ter mais hora pra dormir nem pra acordar

é achar que toda vez que qualquer criança grita “mamãe” ela está falando com você

é encontrar massinha grudada no tapete

é comer comida fria e pelas metades

é sair sozinha e mesmo assim encontrar um buzz ou uma princesa dentro da sua bolsa
ou uma muda de roupa
um copinho com água
um biscoito quebrado
um caroço de feijão

é se emocionar ao ir num show de música infantil que seu filho adora – e você, pelo visto, ama mais ainda

é se debulhar em lágrimas ao ouvir seu pequeno dizer “te amo” pela primeira vez

é torcer com todas as forças pra que eles durmam logo e morrer de saudade, esperando que acordem

é terminar o dia exausta, prometendo que o próximo dia será diferente e mais organizado, mas amanhecer
fazendo tudo outra vez

é lá no fundo pensar “bem feito” quando ele se ferra ao fazer uma coisa que você proibiu
e correr para consolá-lo logo depois de um pensamento tão maldoso

é engolir o palavrão pra não fazer feio perto da criança
e soltar ele na frente dela na hora que menos se espera

é desenvolver um beijo mágico, que cura as enfermidades do corpo e da alma

é pisar distraída num brinquedo jogado no meio da sala

é mandar todo mundo calar a boca quando, finalmente, o bebê dorme

é ter que fazer sexo de porta fechada, sem soltar um pio

é sempre estar com alguma coisa suja: cabelo engordurado, roupa suja de comida ou areia, encardidodebaixo da unha, dente com alface.

é sentir-se um adulto completo ao cinema sem as crianças

é comemorar quando arruma alguém pra ficar com as crias numa sexta à noite
e não desgrudar do celular um segundo na ausência deles
e voltar pra casa correndo e elas não darem a mínima pra você

é sentir o coração explodir de alegria quando eles dão uma gargalhada gostosa
e ficar com ele apertadinho quando ficam doentes

é banalizar completamente assuntos escatológicos envolvendo cocôs, xixis, vômitos e o apocalipse

é deixar o pedaço mais gostoso pro final e virem esses projetos de trombadinha pra comer ele em segundos, sem a menor cerimônia (ou ao menos um obrigado)

é sempre colocar as necessidades dos filhos na frente das suas
e burlar essa regra de vez em quandinho

é ficar surpresa como pode caber tanto amor dentro de uma pessoa só


para todas as mães que não são perfeitas. são somente mães.


Texto de Luiza Diener
Publicado no blog Potencial Gestante

Um comentário:

Paula Martinelli, a Mãe da Catarina. disse...

Amei o texto!!!
Muito verdadeiro. Maternidade é tudo isso mesmo!!!
obs: morro de saudade da minha filha quando ela demora para acordar...
Bjos

minhamaternidade.blogspot.com