quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Estante da Mamãe: A Maldição do Tigre


"Paixão. Destino. Lealdade. Você arriscaria tudo para salvar seu grande amor?

Kelsey Hayes perdeu os pais recentemente e precisa arranjar um emprego para custear a faculdade. Contratada por um circo, ela é arrebatada pela principal atração: um lindo tigre branco.

Kelsey sente uma forte conexão com o misterioso animal de olhos azuis e, tocada por sua solidão, passa a maior parte do seu tempo livre ao lado dele.

O que a jovem órfã ainda não sabe é que seu tigre Ren é na verdade Alagan Dhiren Rajaram, um príncipe indiano que foi amaldiçoado por um mago há mais de 300 anos, e que ela pode ser a única pessoa capaz de ajudá-lo a quebrar esse feitiço.

Determinada a devolver a Ren sua humanidade, Kelsey embarca em uma perigosa jornada pela Índia, onde enfrenta forças sombrias, criaturas imortais e mundos místicos, tentando decifrar uma antiga profecia. Ao mesmo tempo, se apaixona perdidamente tanto pelo tigre quanto pelo homem.




A maldição do tigre é o primeiro volume de uma saga fantástica e épica, que apresenta mitos hindus, lugares exóticos e personagens sedutores. Lançado originalmente como e-book, o livro de estreia de Colleen Houck ficou sete semanas no primeiro lugar da lista de mais vendidos da Amazon, entrando depois na do The New York Times."

E para quem se interessou pelo livro, abaixo publicamos um pequeno trecho inicial:



O Tigre
William Blake

Tigre! Tigre! Brilho, brasa
que a furna noturna abrasa,
que olho ou mão armaria
tua feroz simetria?

Em que céu se foi forjar
o fogo do teu olhar?
Em que asas veio a chama?
Que mão colheu esta flama?

Que força fez retorcer
em nervos todo o teu ser?
E o som do teu coração
de aço, que cor, que ação?

Teu cérebro, quem o malha?
Que martelo? Que fornalha
o moldou? Que mão, que garra
seu terror mortal amarra?

Quando as lanças das estrelas
cortaram os céus, ao vê-las,
quem as fez sorriu talvez?
Quem fez a ovelha te fez?

Tigre! Tigre! Brilho, brasa
que a furna noturna abrasa,
que olho ou mão armaria
tua feroz simetria?



PRÓLOGO
A Maldição

O prisioneiro estava com as mãos amarradas diante do corpo, cansado, subjugado e imundo, mas com uma postura altiva digna de sua herança indiana real. Seu captor, Lokesh, olhava-o com desdém, sentado em um trono dourado, luxuosamente esculpido. Pilares brancos e altos erguiam-se como sentinelas em torno do salão. Nem sequer um murmúrio de brisa da selva passava pelas cortinas transparentes. Tudo o que o prisioneiro podia ouvir era o tilintar rítmico dos anéis ornados com pedras preciosas de Lokesh batendo na lateral do trono dourado. Lokesh olhava-o de cima, os olhos estreitados, insolentes e triunfantes.

O homem preso era o príncipe de um reino indiano chamado Mujulaain. Oficialmente, seu título atual era Príncipe e Sumo Protetor do Império de Mujulaain, mas ele ainda preferia pensar em si mesmo apenas como o filho de seu pai. O fato de Lokesh, o rajá de um pequeno reino vizinho chamado Bhreenam, ter sequestrado o príncipe não era tão surpreendente quanto saber quem se encontrava sentado ao lado de Lokesh: Yesubai, a filha do rajá e noiva do prisioneiro, e o irmão mais jovem do príncipe, Kishan. O cativo estudou os três, mas somente Lokesh sustentou seu olhar determinado. Sob a camisa, o amuleto de pedra do príncipe repousava frio sobre sua pele, enquanto a ira percorria-lhe o corpo.

O prisioneiro falou primeiro, lutando para manter longe de sua voz o sentimento de traição:

- Por que meu futuro pai me trata com tamanha falta de hospitalidade?

Indiferente, Lokesh fixou um sorriso deliberado em seu rosto.

- Meu caro príncipe, você tem algo que eu desejo.

- Nada que você pudesse querer justifica isto. Nossos reinos não estão prestes a se unir? Tudo o que tenho está à sua disposição. Você só precisava pedir. Por que fez isso?

Lokesh esfregou o maxilar, os olhos brilhando.

- Planos mudam. Parece que seu irmão gostaria de tomar minha filha como noiva. Ele me prometeu certas recompensas se eu o ajudar a alcançar esse objetivo.

O príncipe voltou sua atenção para Yesubai, que, com o rosto ruborizado, exibia uma pose submissa e recatada, com a cabeça baixa. Esperava-se que seu casamento arranjado com a moça desse início a uma era de paz entre os dois reinos. Ele estivera ausente pelos últimos quatro meses, supervisionando operações militares numa região distante, e deixara ao irmão a incumbência de cuidar do reino.

Então Kishan estava cuidando de outras coisas além do reino. O prisioneiro avançou, destemido, encarou Lokesh e o desafiou:

- Você enganou a todos nós. É como uma cobra enrodilhada, escondida em um cesto esperando o momento de dar o bote.

Ele alargou o olhar para incluir o irmão e a noiva.

- Vocês não percebem? Suas ações libertaram a víbora e nós fomos picados. Seu veneno agora corre pelo nosso sangue, destruindo tudo.

Lokesh riu, desdenhoso, e falou:

- Se você concordar em entregar sua parte do Amuleto de Damon, talvez eu o deixe viver.

- Viver? Pensei que estivéssemos negociando minha noiva.

- Receio que seus direitos de noivo tenham sido usurpados. Talvez eu não tenha sido claro. Seu irmão terá Yesubai.

O prisioneiro cerrou o maxilar e disse apenas:

- Os exércitos do meu pai o destruirão se você me matar.

Lokesh riu.

- Ele não destruirá a nova família de Kishan. Nós vamos apaziguar seu querido pai e informá-lo de que você foi vítima de um infeliz acidente.

O homem afagou a barba curta e então esclareceu:

- Entenda que, mesmo que lhe permita viver, eu governarei ambos os reinos. - Lokesh sorriu. - Se me desafiar, serei obrigado a pegar sua parte do amuleto à força.

Kishan se inclinou na direção de Lokesh e protestou com firmeza:

- Pensei que tivéssemos um acordo. Eu só lhe trouxe meu irmão porque você jurou que não o mataria! Apenas pegaria o amuleto.

Lokesh estendeu a mão rápido como uma cobra e agarrou o pulso de Kishan.

- A essa altura você já deveria ter aprendido que eu pego o que eu quiser. Se preferir a visão de onde seu irmão se encontra, ficarei feliz em satisfazê-lo.

Kishan se remexeu na cadeira, mas manteve-se calado.

Lokesh prosseguiu:

- Não quer? Muito bem, estou alterando nosso acordo anterior. Seu irmão será morto se não ceder aos meus desejos e você nunca se casará com minha filha, a menos que entregue sua parte do amuleto a mim também. Esse nosso acordo particular pode ser facilmente revogado e eu posso casar Yesubai com outro homem... um homem da minha escolha. Talvez um sultão velho lhe esfriasse o sangue. Se você quiser permanecer perto de Yesubai, terá que aprender a se submeter.

Lokesh comprimiu o pulso de Kishan até que ele estalou ruidosamente. Kishan não reagiu.

Flexionando os dedos e girando lentamente o pulso, Kishan se recostou, ergueu a mão para tocar o pedaço do amuleto, oculto sob sua camisa, e fez contato visual com o irmão. Uma mensagem silenciosa foi trocada entre eles.

Os irmãos lidariam um com o outro mais tarde, mas as atitudes de Lokesh significavam guerra e as necessidades do reino eram prioridade para ambos.

A obsessão subiu pelo pescoço de Lokesh, latejou em sua têmpora e se assentou atrás de seus olhos negros e peçonhentos. Aqueles mesmos olhos dissecaram o rosto do prisioneiro, sondando, avaliando-o em busca de fraqueza.
Encolerizado, Lokesh pôs-se de pé num salto.

- Que assim seja!

Ele puxou de sua túnica uma reluzente faca de cabo adornado com pedras preciosas e rudemente arrancou a manga do casaco jodhpuri do prisioneiro, antes branco, mas agora imundo. As cordas se enroscaram em seus pulsos e ele grunhiu de dor quando Lokesh correu-lhe a faca pelo braço. O corte foi fundo o bastante para que o sangue aflorasse, vertesse e pingasse no chão de ladrilhos.

Lokesh arrancou um talismã de madeira de seu pescoço e o colocou debaixo do braço do prisioneiro. O sangue gotejou da faca para o amuleto e o símbolo ali gravado fulgurou com um vermelho abrasador antes de pulsar com uma luz branca estranha. A luz disparou na direção do príncipe com dedos tateantes que perfuraram seu peito e atravessaram-lhe todo o corpo, dilacerando-o. Embora fosse forte, ele não estava preparado para a dor. O prisioneiro gritou quando seu corpo de repente se inflamou com uma erupção que lhe queimava a pele. Ele desabou no chão.

Estendeu as mãos para se proteger, mas só conseguiu arranhar debilmente os ladrilhos brancos e frios do piso. O príncipe viu, indefeso, quando tanto Yesubai quanto seu irmão atacaram Lokesh, que empurrou ambos com violência. Yesubai caiu no chão, batendo a cabeça com força no tablado sobre o qual se achava o trono. O príncipe tinha consciência de que o irmão estava ali perto, tomado pela tristeza à medida que a vida se esvaía do corpo mole de Yesubai. Em seguida, não teve mais consciência de nada que não fosse a dor.

***

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